Salvamento da Capela São Pedro de Alcântara

Localizada no interior do Palácio Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Capela de São Pedro de Alcântara, é uma majestosa edificação do século XIX projetada em estilo neoclássico pelos arquitetos portugueses Domingos Monteiro e Joaquim Cândido Guilhobel e pelo brasileiro José Maria Jacinto Rebelo.

O edifício, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1972, foi fundado para abrigar o Hospício Nacional dos Alienados de Dom Pedro II. Doado em 1948 à Universidade do Brasil, possui nave com capacidade para 150 pessoas, pé direito duplo coberto com abóbada e janelas altas a guisa de tribuna, nas laterais superiores possui quatro guarda-corpos de cada lado e no altar tem esculpido em mármore, por Johann Franz Pettrich, a imagem de São Pedro de Alcântara. A capela tem no total tem 136 metros quadrados.

A obra foi destinada ao salvamento emergencial do Palácio Universitário que teve grande parte de seu prédio destruído por um incêndio de grandes proporções, no dia 28 de março de 2011. Para isso, foi executado o escoramento das bases da capela, o processo de coleta de material entre os escombros e, posteriormente, a limpeza do local. A Capela São Pedro de Alcântara, onde se iniciaram as chamas, foi inteiramente devastada, e os tetos do segundo e do terceiro andar desabaram.

Nessa obra aconteceu a mostra Canteiro Aberto, com uma exposição no interior da obra composta por fotografias e painéis com informações sobre a metodologia adotada no salvamento tais como: escoramento, cobertura provisória e limpeza criteriosa dos escombros, procedimentos que tiveram como objetivo interromper o processo de arruinamento do bem e salvaguardar os objetos artísticos remanescentes.

Técnicas arqueológicas foram utilizadas para a prospecção desses objetos, como a divisão do local em quadrículas, que possibilitaram recuperar e identificar até o menor fragmento das peças. Cada uma delas foi catalogada e armazenada em uma reserva técnica.

Os achados mais relevantes, como a cabeça de São Pedro, os paramentos e o lustre de bronze, exibidos durante a exposição, puderam ser apreciados por estudantes, professores e moradores da cidade.