Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Histórico do Monumento
A construção do santuário, no topo do Monte Maranhão, teve início em 1757, por iniciativa do devoto Feliciano Mendes, em agradecimento a uma graça alcançada.
A obra, que contou com a colaboração dos mais importantes artistas da região, desenvolveu-se em várias etapas: de 1757 a 1765 deu-se a construção da igreja e, de 1777 a 1796, a construção do adro e da escadaria que, ornados por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, conferiram à edificação uma imponência e um sentido ímpar de monumentalidade. É no conjunto do adro que a genialidade do artista se manifesta plenamente.
Compõem o conjunto arquitetônico as seis capelas dos Passos da Paixão, edificadas entre 1799 e 1875, que contêm várias esculturas também de autoria de Aleijadinho. O edifício é apontado como exemplar de um momento de transição da arquitetura religiosa, que ocorreu em meados do século XVIII. Sua planta apresenta duas torres sineiras, ligeiramente recuadas em relação ao corpo central, e a supressão dos tradicionais corredores ao longo da nave.
O interior da basílica, em estilo rococó, reúne os trabalhos dos artistas mais importantes da época. Sobre as mesas dos altares, estão os seis relicários feitos por Aleijadinho. No forro do coro, são encontradas pinturas do Mestre Ataíde, que representam os três patriarcas de Jerusalém: Abraão, Isaac e Jacó. A talha da capela-mor, uma das mais antigas no estilo, é de autoria de João Antunes de Carvalho. E é atribuída a João Nepomuceno a pintura do forro da nave, que exibe, no medalhão central, a Santíssima Trindade. Entre 1818 e 1819, Mestre Ataíde fez a repintura desse teto.
Em 1985, o conjunto arquitetônico e escultórico do santuário, que representa uma das obras-primas do barroco mundial, foi elevado, pela UNESCO, a monumento mundial e patrimônio histórico da humanidade.
O Restauro
A primeira obra realizada pela Biapó contemplou a restauração dos forros da Basílica, que são confeccionados em madeira com pinturas artísticas de mestre Ataíde.
Já na segunda obra, todas as imagens que constituem as cenas das cinco capelas foram restauradas. Cada capela representa uma cena da Paixão de Cristo. Além das imagens, foram restauradas as próprias capelas, o calçamento externo do santuário e a cobertura do conjunto de edificações laterais.
Ficha técnica
Localização: Congonhas (MG)
Período de restauração: Outubro/1999 a março/2000 | Novembro/2003 a maio/2005
Data de construção: 1757 a 1765
Uso atual: Templo religioso
Construtor: Feliciano Mendes (basílica) | Aleijadinho (esculturas)
Proteções existentes: Federal – Inscrição nº 239, fls. 41, Livro do Tombo das Belas Artes, 8 de setembro de 1939; Inscrição nº 12, Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, 17 de março de 1941. Monumento incluído na Lista do Patrimônio Mundial como Bem Cultural, uma vez que representa uma das obras-primas do barroco mundial.
Obras de restauração: Arquitetônica e artística
Contratante: 1º restauro – Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (UNESCO); 2º restauro – Prefeitura Municipal de Congonhas