Fortaleza São José da Ponta Grossa
Histórico do Monumento
Localizada no alto do Morro da Ponta Grossa, , a Fortaleza de São José da Ponta Grossa possui fortificações militares que fazem parte do maior conjunto defensivo do Sul do Brasil e está localizada entre as praias Jurerê e do Forte em um ponto privilegiado.
Construída em 1740, no alto do Morro da Ponta Grossa no município de Florianópolis, pelo engenheiro militar Brigadeiro José da Silva Paes, tinha a função de defender a barra norte da ilha de Santa Catarina, juntamente à Fortaleza Santa Cruz de Anhatomirim e à Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, de invasores, que à época colocavam em risco a posse e o domínio dessa região, rodeada por uma paisagem natural e exuberante.
O sistema defensivo da construção austera e imponente, localizado ao norte da Ilha de Santa Catarina, entre as praias do Forte e Jurerê, caracteriza-se pela riqueza de sua arquitetura, com traços de influência renascentista. Protegida por longas e robustas muralhas que abrigam, em seus vértices, estratégicas guaritas de vigilância que permitiam a observação dos navios inimigos a uma longa distância, a fortaleza possui edifícios distribuídos por três terraplenos, formando polígonos irregulares protegidos à retaguarda pela encosta do morro, com baterias voltadas para o mar, interligadas por rampas de pedra apoiadas sobre o terreno.
O Restauro
No século XVIII, essas fortalezas deveriam funcionar em conjunto, em um verdadeiro triângulo defensivo, para resguardar a região de invasores. Em cada uma dessas fortificações, incluindo a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, existe um ponto ideal para enxergar as outras duas. Na Fortaleza de São José da Ponta Grossa, esse local fica bem em frente à Casa do Comandante, no ponto mais alto da fortificação, onde foi instalada uma luneta para que os visitantes possam visualizar os outros dois fortes e compreender melhor como foi formado esse sistema de defesa.
Na Casa do Comandante foi restaurado o piso do mezanino e as esquadrias. Luminárias de emergência foram instaladas neste edifício e também no Quartel da Tropa, na Capela e na Portada.
Outro ponto que merece destaque é a instalação, na portada dessa fortaleza, de 276 luminárias de inox equipadas com lâmpadas LED, tecnologia mais eficiente e econômica, para lembrar o antigo teto que existia naquele ponto da fortificação. O desenho em forma de abóbada foi reproduzido na disposição das lâmpadas, já que a alvenaria de tijolos que havia no teto original do século XVIII não resistiu ao tempo. Os fortes da ilha de Santa Catarina foram construídos para dificultar qualquer invasão, com muradas, fossos, guaritas e outras estruturas pensadas para afastar inimigos. Os novos usos previstos para esses grandiosos monumentos históricos incorporaram soluções de acessibilidade para que a comunidade possa desfrutar de seus atrativos turísticos e culturais, como rampas, elevadores, decks com integração ao cenário natural, paisagismo e estacionamento acessível.
No estacionamento, os meios-fios de pedra foram re-executados e alinhados, e os pisos de paralelepípedo foram reinstalados. O projeto contemplou espaço para exposições e suas áreas verdes foram renovadas. Um dos aspectos mais interessantes desta obra foi justamente o projeto de expografia. No Quartel da Tropa, por exemplo, um piso em vidro transparente permite observar o piso histórico em argila. Esse tipo de recurso visual que abrange a etapa de planejamento de exposições também foi executado na Casa do Comandante para observação dos remanescentes do pavimento interno.
Outro trecho de piso em argila foi revelado na decapagem das ruínas da Palamenta e na área das canhoneiras, onde foi necessária uma manobra de suspensão do canhão de artilharia portuguesa do século XVIII. Nos paredões de pedra nos Contrafortes, a técnica pietra rasa também foi usada para manter as características originais da edificação. Para isso, foi feita a higienização das pedras e aplicado rejunte, mantendo as extremidades das rochas aparentes.
A obra de restauração incluiu também intervenções nas sinalizações, escavações para implantação de redes hidrossanitárias e elétricas, serviços de impermeabilização, revisão e implantação de sistemas de drenagem, corte e desmonte parcial de trechos das muralhas.
Ficha técnica
Localização: Florianópolis (SC)
Período de restauração: Dezembro/2019 a dezembro/2022
Data de construção: 1740
Proteções existentes: Monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Obras de restauração: Arquitetônica