Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário
Histórico do Monumento
Em 1732 iniciou-se a construção do corpo da Igreja Nossa Senhora do Rosário, terminada quatro anos depois. A rapidez da construção e as dimensões monumentais do edifício demonstram a riqueza da cidade de Meia Ponte durante o apogeu da mineração.
Concluídas essas obras, iniciam-se os trabalhos de acabamento, que se arrastaram por mais de três décadas: em 1758, foi colocado o assoalho da capela-mor e, em 1761, construído o retábulo do altar-mor. Em 1766, foi contratado Reginaldo Fragoso de Albuquerque para fazer a pintura do frontispício do altar-mor.
Em 1814 a decadência das minas goianas e o empobrecimento da cidade se refletiam em sua matriz, sendo que, em 1832, já se falava da urgência em se fazer reparos na igreja. Não tendo sido tomada nenhuma providência, o telhado ruiu em 1838, desabando sobre a arcada do altar-mor. No mesmo ano, graças a uma subscrição popular que arrecadou 3.195 contos de réis, iniciaram-se os trabalhos de recuperação da igreja, que em 1842 passou a adquirir a feição atual.
O Restauro
Em março de 1996, teve início a primeira etapa da restauração arquitetônica e artística da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. Primeiramente, além dos projetos de instalações elétricas, iluminação, sonorização, antifurto, foram executados os trabalhos de demolição e remoção de componentes e elementos comprometidos pela ação do tempo e pela deficiência de manutenção.
Em seguida, a higienização e a recuperação total dos pisos e forros de madeira foram realizadas, bem como a colocação de pedras de Pirenópolis nos pisos das torres e da escada que dá acesso à sacristia. A cobertura foi objeto de revisão total, com procedimentos de substituição ou lavagem das telhas e bicas e aplicação de manta impermeabilizante entre as ripas e os caibros. Foi feita, ainda, a recuperação das esquadrias, com restauração das peças danificadas.
As paredes estruturais foram submetidas a um processo de estabilização e consolidação, por meio de reforços com tijolos de barro ao longo de toda a estrutura de madeira e dos pilares internos, e fixação de telas de estuque, ao longo de toda a argamassa da fachada principal. Além da pintura geral das paredes, todas as peças de madeira – estruturais e de acabamento – passaram por processos de imunização e proteção com seladores e esmaltes apropriados.
Dando cumprimento aos projetos específicos, a igreja recebeu novas instalações elétricas e de sonorização, para-raios e extintores de incêndio.
Encerrando essa etapa, foram realizados os trabalhos de restauração de bens integrados, como as colunas de sustentação do coro, os forros da capela, dos altares e do arco-cruzeiro, a pintura parietal da capela-mor. Da restauração do retábulo lateral (lado da epístola), constaram, dentre outros serviços, a limpeza ou fixação da policromia e douramento; o mapeamento e desmonte do coroamento; a higienização, imunização e refixação das peças deslocadas; a avaliação e o tratamento da estrutura, da mesa do altar e da vitrine; e o entalhe de peças.
Na prospecção das paredes da capela-mor foram descobertos três barrados sobrepostos, remanescentes de restauros anteriores. Dentre esses, foi escolhido um, que mais se harmonizava com os elementos artísticos da capela-mor, para ser devidamente restaurado.
Na segunda fase da obra, iniciada em junho de 1997, foi feita a complementação dos serviços de restauração arquitetônica, dentre os quais, destacam-se a instalação, no altar-mor, de uma porta de arreia; o rearranjo dos balaústres do coro e do corrimão da torre sineira; a colocação de escada na torre; a recuperação da sala abaixo do altar-mor; a execução de réplicas de 30 bancos, em estilo colonial, para missa; e o agenciamento externo com a execução de grades de madeira no entorno próximo à igreja.
Dando seguimento aos trabalhos, essa fase das obras contemplou, sobretudo, a recuperação artística da capela-mor (forros, cimalhas, portas, molduras e pinturas parietais), do retábulo colateral São Miguel (lado da epístola), retábulo colateral São Miguel (lado do evangelho), retábulo colateral Santana (lado do evangelho), retábulo-mor e arco-cruzeiro.
Os elementos acima especificados sofreram processos de higienização; substituição de peças danificadas; revisão estrutural; limpeza e fixação de policromia e douramento; reintegração cromática. Foram também objetos de higienização, limpeza, policromia e aplicação de verniz de proteção o lavabo da sacristia, a pia de água benta, a pia batismal e o barrado da escada da sacristia.
Nas dez imagens do acervo da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário – São João, São José de Botas, São Miguel Arcanjo, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Nossa Senhora do Bom Parto, São Francisco de Paula, Santo Emídio, São Benedito e São Bento – foram realizados trabalhos de higienização, desinfecção, imunização, consolidação de suporte, obturação de trincas e galerias, nivelamento, reintegração cromática e fixação de policromia.
Foram devidamente recuperados, ainda, os bens móveis integrados, tais como o relógio, o sino maior, os balcões, arcais e bancos.
Ficha técnica
Localização: Pirenópolis (GO)
Período de restauração: Março/1996 a maio/1999
Data de construção: 1732 a 1770
Área coberta: 900 m²
Proteções existentes: Tombado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional, superintendência de Goiás (Iphan-GO)
Obras: Restauração arquitetônica e artística