Jockey Club de São Paulo

A primeira corrida de cavalos do Jockey Club de São Paulo aconteceu em 1876, quando ele ainda estava sediado no bairro da Mooca. Durante a década de 1930, a mudança de sua sede para as margens do Rio Pinheiros se tornou parte de um empreendimento imobiliário de grandes proporções da Companhia Cidade Jardim, que, com apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo e de outras entidades privadas, vislumbrou nas atividades de lazer e esportivas um potencial atrativo para se associar às vendas do loteamento de alto padrão.

O novo conjunto de edifícios do Jockey Club na Cidade Jardim, inaugurado em 1941, foi projetado pelo arquiteto carioca Elisário Bahiana, responsável por reconstruir o Viaduto do Chá e projetar a sede das lojas de departamentos Mappin, no centro da capital paulista. O complexo ocupa uma área de 600 mil m² na margem oeste do Rio Pinheiros. A maior e mais importante edificação arquitetônica do conjunto, nomeada de Tribuna dos Sócios, seguiu as mesmas linhas futuristas, em estilo art déco, que eram típicas da arquitetura de Bahiana. Porém, no final da década de 1940 outro arquiteto, o francês Henri Sajous, especializado em arquitetura de interiores de navios para cruzeiros, apagou a composição original das edificações quando foi encarregado de uma reforma e ampliação. Sajous inspirou-se na Nouvelle Tradition, de linhas sóbrias, porém ornamentadas, como no prédio da Exposição Universal de Paris de 1937.

Sajous também foi responsável pelo desenho de parte do mobiliário interno do edifício, como as 32 poltronas do Salão Nobre, que são reproduções de peças que o arquiteto já havia executado em seus projetos para navios. Nos últimos anos essas poltronas ficaram guardadas no depósito sob a arquibancada da Tribuna Especial 1, prédio vizinho à Tribuna dos Sócios.

Os espaços internos são suntuosos e a luz que atravessa grandes caixilhos de ferro e vidro valoriza os espaços interiores ricamente revestidos de mármore travertino, com madeiras nobres, espelhos e peças de latão dourado. Os artistas Victor Brecheret e Bernard Dunand assinam as obras em baixo-relevo nas fachadas e nos salões nobres internos.

A Construtora Biapó realizou o restauro de quatro ambientes do prédio Tribuna dos Sócios no Jockey Club de São Paulo: hall de acesso, salão nobre (Salão Luiz Nazareno), restaurante (Salão Fábio da Silva Prado) e terraço da arquibancada. Nesses espaços, foram restaurados revestimentos de piso, parede e teto, esquadrias de aço e vidro, luminárias em latão dourado e painéis artísticos. Os pisos são de mármore branco, parquê em madeira e pastilhas cerâmicas. Os tetos têm forros de gesso em alto e baixo-relevo e nas paredes há partes pintadas e outras revestidas com madeira ou mármore travertino.

Luminárias, esquadrias e painéis carregam traços modernos e cosmopolitas intrínsecos ao art déco. Tais elementos de composição em ferro receberam tratamento especializado. Além das restaurações internas, foram incluídos serviços de reparo do piso em pedra portuguesa sob o passadiço e das fundações do placar eletrônico junto à pista de corrida. 

Foram restaurados também alguns bens móveis integrantes do mobiliário do Jockey.