Museu Nacional da Quinta da Boa Vista
Histórico do Monumento
O Palácio de São Cristóvão está localizado na Quinta da Boa Vista, no bairro imperial de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro, em uma área cujas dimensões foram reduzidas de maneira drástica com o advento da República. Com o processo de apropriação, cessão e venda de terrenos pelo governo militar após o banimento da família imperial, o Paço de São Cristóvão foi descaracterizado e teve seus pertences vendidos em leilões no ano 1890, com intuito de enfraquecer o culto à monarquia.
O edifício histórico foi residência oficial da família real portuguesa durante seus primeiros anos no Brasil. Com o retorno de Dom João VI para seu país de origem, em 1821, o local continuou sendo a moradia do imperador Dom Pedro I. As primeiras intervenções estruturais iniciaram a partir da independência do Brasil, quando Dom Pedro I encarregou o arquiteto português Manuel da Costa de uma remodelação do palácio.
Em 1826, com a morte do profissional português, assume o francês Pierre Joseph Pézerat, engenheiro imperial que conclui os trabalhos cinco anos mais tarde e legou à edificação o estilo neoclássico.
A criação do Museu Real foi influenciada pela imperatriz Leopoldina e sua paixão pelas ciências naturais. A partir de 1842, o museu recebe a nomenclatura de Museu Nacional e o edifício passa, em seguida, por interferências do arquiteto brasileiro Manuel de Araújo Porto-Alegre, que projetou a atual entrada de honra, e do alemão Theodore Marx, que transferiu a Sala do Trono e a do Corpo Diplomático do térreo para o segundo pavimento, uma década mais tarde.
No interior do monumento histórico, haviam vários afrescos pintados e restaurados pelo italiano Mario Bragaldi. No telhado do torreão norte, o Observatório Astronômico do Imperador, projetado todo em vidro pelo engenheiro Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, oferecia uma visão panorâmica do céu.
A construção do terceiro pavimento e a instalação de 30 estátuas à semelhança de deuses gregos no telhado foram idealizadas por Dom Pedro II, que também deu especial atenção aos jardins, projetados, por volta de 1869, pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou. Após essa intervenção, pela primeira vez, o Portão de Northumberland passa a ser a entrada monumental do Palácio de São Cristóvão. Datam dessa mesma época a alameda das Sapucaias, o lago de pedalinhos e a gruta artificial.
As demais intervenções realizadas se deram motivadas pela transferência do museu para as instalações do palácio, devido à necessidade de adaptar o espaço residencial para um ambiente científico e de visitação pública. Durante a República Velha (1889-1930), sob a administração do município, o arquiteto Luiz Reys projetou o Jardim Terraço, construído em estilo italiano no pátio em frente ao palácio.
Somente em 1946 o museu passou a fazer parte da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Restauro
A obra de restauração contemplou a fachada frontal e os torreões norte e sul do Museu. Realizou-se a reconstituição de parte das alvenarias, esquadrias e gradis danificados, fazendo prospecções e mapeamento. Os dutos de água pluvial tiveram limpeza em suas tubulações e instalação de novas peças substituindo as danificadas.
Ficha técnica
Localização: Rio de Janeiro (RJ)
Período de restauração: Novembro/2007 a setembro/2008
Data de construção: 1803 e 1869
Uso atual: Museu
Obras de restauração: Arquitetônica
Contratante: Instituto Herbert Levy
Registro fotográfico: Felipe Cohen