Praça Dom Pedro II
Histórico do Monumento
A Praça Dom Pedro II, localizada em uma das áreas mais antigas de Manaus, carrega mais de mil anos de história. Nomeada dessa forma em homenagem ao centenário do nascimento do último imperador do Brasil, em 1925, foi construída sobre um cemitério indígena, cujos remanescentes, descobertos no final do século XIX, levaram ao registro do Sítio Arqueológico Manaus, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na década de 1960.
A configuração da praça, de inspiração inglesa, possui, no entanto, jardins em formato orgânico que rompem com as linhas retas e a simetria, uma característica do estilo francês.
O Restauro
Os relatos sobre a presença de sociedades complexas na região, hoje identificada como Amazônia Central, remontam ao século XVI. Por isso, de acordo com o memorial do projeto de arquitetura, o ponto fundamental na obra foi a proteção do sítio arqueológico existente. Todas as intervenções realizadas foram acompanhadas por equipes especializadas, seguindo as recomendações do Iphan, a fim de garantir a proteção do patrimônio arqueológico às gerações futuras.
O chafariz e o coreto apresentavam estado de corrosão e degradação avançado devido ao longo período de exposição às intempéries. Para recuperar os elementos estruturais e prolongar a vida do bem cultural, ambos receberam tratamento anticorrosivo e pintura especial, realçando detalhes dos elementos artísticos do coreto e do conjunto escultório do Chafariz das Musas, que voltou a funcionar abrilhantando o local.
As lâmpadas dos postes do tipo Cajado de São José foram substituídas por LED, por serem mais resistentes, econômicas e possuírem vida útil maior que as de vapor e incandescentes. Também constam no projeto ações de sinalização e mobiliário urbano, com instalação de lixeiras do mesmo modelo já usado na Praça XV de Novembro e proposto para o entorno do Mercado Municipal Adolpho Lisboa.
O passeio recebeu paginação em pedra carranca, com vários trechos marcados por círculos em granito preto, que tiveram como função sinalizar os locais que, com base em pesquisas anteriores e no projeto de requalificação, foram identificados como remanescentes arqueológicos, testemunhos das práticas mortuárias das sociedades complexas que ali viveram em tempos remotos, anterior ao Tratado de Tordesilhas.
Isso porque a praça foi construída sobre um cemitério indígena, cujos remanescentes, descobertos no final do século XIX, levaram ao registro do Sítio Arqueológico Manaus pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na década de 1960. Com as novas descobertas dos trabalhos de arqueologia, em especial os realizados pela Biapó em outra obra da construtora, a da antiga Câmara de Vereadores, o sítio arqueológico foi ampliado, dando origem a um novo setor. Todas as intervenções recém-realizadas foram acompanhadas por equipes especializadas, seguindo as recomendações do Iphan, a fim de garantir a proteção do patrimônio arqueológico às gerações futuras.
Com jardins em formato orgânico, rompendo as linhas retas e a simetria características do estilo francês, a proposta de transformar a praça em um oásis no meio da cidade foi finalmente concretizada. Agora o espaço se materializa em um lugar de encontro, descanso e contemplação, permitindo ainda mais segurança a usuários, conforto e acessibilidade.
Ficha técnica
Localização: Manaus (AM)
Período de restauração: Novembro/2019 a agosto/2020
Data de construção: 1925
Proteções existentes: Monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Obras de restauração: Arquitetônica
Contratante: Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb).
Registro fotográfico: Agência Pezzini