Salvamento da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário

Em 1732 iniciou-se a construção do corpo da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, terminada quatro anos depois. A rapidez da construção e as dimensões monumentais do edifício demonstram a riqueza da antiga Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte durante o apogeu da mineração. Concluídas essas obras, iniciaram-se os trabalhos de acabamento que se arrastaram por mais de três décadas.

Em 1814 a decadência das minas goianas e o empobrecimento da cidade se refletiam em sua matriz, sendo que, em 1832, já se falava da urgência em se fazer reparos na igreja. Não tendo sido tomada nenhuma providência, o telhado ruiu em 1838, desabando sobre a arcada do altar-mor. No mesmo ano, graças a uma subscrição popular que, para tanto, arrecadou 3.195 contos de réis, iniciaram-se os trabalhos de recuperação da igreja, que em 1842 passou a adquirir a feição atual.

No dia 5 de setembro de 2002, um incêndio consumiu o telhado e toda a parte interna deste monumento, considerado o mais expressivo do patrimônio nacional, pois exibe as técnicas em arquitetura de terra, expressas na taipa de pilão, em sua quase totalidade. Um verdadeiro relicário da arte barroca do século XVIII.

Devido ao incêndio, foi necessária uma intervenção emergencial na igreja matriz para evitar mais destruições com a chegada do período das chuvas.

Além da remoção seletiva dos escombros, foram providenciados o escoramento da estrutura; o fechamento dos vazios (adobe) de portas e janelas (tijolo maciço); a limpeza estratigráfica; a instalação provisória de energia elétrica; a execução de placas e de um barracão de obras; a construção de uma estrutura metálica de proteção do que restou do incêndio e o entelhamento.

Posteriormente, todo volume da igreja foi envolto por uma tela branca de nylon semitransparente, que contribuiu para proteger o monumento e resgatar o volume do edifício na paisagem da cidade.