Salvamento de São Luiz do Paraitinga
Histórico do Monumento
No final do século XVIII, o Vale do Paraíba era a região mais povoada da Capitania de São Paulo e tornou-se uma importante zona de penetração para o interior. Em consequência desse tráfego, surgiram vários núcleos de povoamento.
Em 2 de maio de 1769 foi deferida uma petição que solicitava permissão para fundar uma nova povoação junto ao Rio Paraitinga e entre Taubaté e Ubatuba. Recebendo a povoação o nome de São Luiz e Santo Antônio do Paraitinga foi elevada à vila em janeiro de 1773. Por lei provincial, em 1857, foi elevada à categoria de cidade e, por título, em 1873, obteve a denominação de Imperial Cidade de São Luiz do Paraitinga.
Desde os primeiros tempos de vila, São Luiz caracterizou-se como entreposto de tropeiros, tendo suas primeiras atividades econômicas ligadas à agricultura de subsistência. O rápido progresso de início, depois, estacionou na cultura dos cereais. Só muito mais tarde, deu-se início à plantação de café e algodão.
Atualmente, a cidade se tornou mais uma das estâncias turísticas do estado de São Paulo.
O Restauro
A cidade histórica de São Luiz do Paraitinga teve sua trajetória e história transformadas depois de uma calamitosa enchente em janeiro de 2010. Igrejas, casarões e praças datadas do século XIX ficaram totalmente debaixo das águas do Rio Paraitinga. Apenas a parte mais alta da cidade não ficou submersa. Para reestruturar o patrimônio histórico local, foi preciso um trabalho em conjunto de moradores e organizações não governamentais.
As edificações ficaram completamente destruídas. O salvamento emergencial das igrejas de Nossa Senhora das Mercês e da Matriz de São Luís de Tolosa, tombadas anteriormente pelo governo do estado de São Paulo, foi realizado pela Biapó, que se deslocou com técnicos e especialistas em restauração para o local.
Para a recuperação das igrejas, foi preciso limpar todos os escombros e peneirar o barro das paredes de taipa que ficaram no chão para encontrar o maior número de peças possíveis, desde o forro de madeira pintado à mão, até castiçais, imagens, santos e objetos de todos os tipos. Para isso, foi construído um galpão na rua lateral da matriz, onde um arquivo de peças limpas, catalogadas, protegidas adequadamente e ordenadas em prateleiras foi instalado.
Com as ações do Canteiro Aberto, foi realizada no local uma exposição artística com tudo que se conseguiu recuperar, atraindo turistas de todo Brasil. Foram recuperadas 17 imagens de santos, a maioria pertencente à igreja matriz.
Uma caixa branca de madeira foi encontrada nos escombros de uma parede da matriz. O objeto guardava recortes de jornais e fotos de determinadas épocas, uma tradição de antigos intelectuais para preservar a memória de seu tempo para as próximas gerações. A caixa continha um verdadeiro diário do ano de 1927, quando a igreja passou por uma reforma para sua ampliação.
Ficha técnica
Localização: São Paulo (SP)
Período de restauração: Fevereiro/2010 a outubro/2010
Obras: Salvamento emergencial e restauro artístico
Contratante: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, superintendência de São Paulo (Iphan–SP)